terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conheça o Mazembe, carrasco do Internacional no Mundial de Clubes

O dia 14 de dezembro de 2010 ficou para a história do futebol mundial. Sim, o Tout Puissant Mazembe, clube da República Democrática do Congo (antigo Zaire) derrotou o até então favorito Internacional no Mundial de Clubes. Dois times com uma disparidade técnica grande, mas o que se viu no estádio Mohamed Bin Zayed foi um caso atípico. Uma “zebraça” daquelas que ninguém nunca mais esquecerá, principalmente os gremistas.

O Mazembe foi fundado em 1939 e tem como nome “Todo Poderoso Mazembe”. Uma alusão ao Corinthians? O clube congolês foi fundado em Lubumbashi a partir de monges que queriam aumentar o lazer no Instituto de São Bonifácio Elisabethville e foi-se criado um time de futebol para esses sacerdócios passarem o tempo.

O primeiro título do Mazembe foi em 1966, quando ganhou o Campeonato Congolês. Em seguida, no mesmo ano veio o título da Copa do Congo. Ao todo o clube tem dez títulos do Campeonato Congolês (dessas dez conquistas, quatro foram nesta década – 2001, 2006, 2007 e 2009) e cinco Copas do Congo. De conquistas internacionais, o Mazembe ganhou quatro vezes a Copa dos Campeões da África, sendo bicampeão em 2009 e 2010. A última conquista veio em uma goleada por 5x0 em cima do Espérance Tunis, da Tunísia, precisando apenas do empate no jogo de volta.

Com isso, veio o direito de participar do Mundial de Clubes da FIFA. Mas, o ano passado o clube congolês foi eliminado nas quartas-de-final, com a eliminação diante do Pohang Steelers, da Coréia do Sul, por 2x1. Em seguida, perdeu o 5º lugar para o fraquíssimo Auckland City, da Nova Zelândia, por 3x2.

Jamais imaginaria-se que este ano o Mazembe passasse pelo Pachuca, forte time mexicano e que certamente daria mais trabalho neste Mundial caso jogasse tudo o que sabe. O goleiro da equipe, Muteba Kidiaba tornou-se o grande nome e figura dos congoleses na competição. Com uma comemoração irreverente, o arqueiro também atua bem debaixo dos três paus. Na partida histórica contra o Internacional, Kidiaba também foi fundamental, garantindo os 2x0 a favor do Mazembe.

Mazembe faz história no Mundial de Clubes - Foto: EFE

Por falar em Kidiaba, ele foi campeão em 2009 junto com a seleção local da Copa Africana de Nações. Além dele, mais sete jogadores pertenceram a aquela seleção. São eles: Bawaka Mabele, Joel Kimuaki, Kazembe Mihayo, Ngandu Kasongu, Mbenza Bedi, Dioko Kaluyituka e Luyeye Mvete.

O futebol está mudando. A disciplina tática não é mais o bastante. Força física e determinação ajudam a ganhar jogo também. O Mazembe mostrou isso diante dos Colorados. Seja bem vindo, Todo Poderoso Mazembe!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

AGORA A ESPANHA É FÚRIA!


11 de julho de 2010: o dia que a Espanha passou para a galeria de campeões mundiais. Uma seleção que era tachada de “amarelona” nos momentos mais decisivos, e sempre com elencos qualificados em Copas do Mundo. Antes de 2008, onde a equipe conquistou a Eurocopa, a única taça expressiva tinha sido justamente a Euro de 1964, disputada no próprio país das touradas.
Crédito da foto: Getty Images
Chance que poderia ter sido repetida para os espanhóis em 1982, quando sediaram a Copa, mas o time não passou da segunda fase daquela oportunidade, onde caiu no triangular vencido pela Alemanha Ocidental, vice-campeã mundial, derrotada pela Itália, algoz da seleção brasileira na semifinal. Mas aquela seleção tinha poucos talentos, como José Antonio Camacho e Rafael Gordillo, que estão entre os dez jogadores que mais atuaram na história da Fúria, e Santillana, o homem dos gols do time que era treinado pelo uruguaio José Santamaría. E, claro, sem esquecermos-nos do goleiro Luis Arconada, que foi o maior orgulho da Real Sociedad, onde ganhou duas Ligas Espanholas na década de 80.
Em 2010 a Espanha tem muito mais jogadores talentosos que naquela ocasião. Foi um título que veio sem dúvida pelo meio-campo criativo que ela possui, com a harmonia de Xavi e Iniesta, que juntos no Barcelona e na Fúria, colocavam as marcações adversárias pra trabalhar, e muito! Sem deixar de citar, além disso, David Villa, que sempre apareceu quando os espanhóis mais precisavam. Para quem esperava gols de Fernando Torres, que machucado, não esteve 100% na África do Sul, se surpreendeu com a facilidade de Villa colocar a bola no fundo da rede.
E detalhe: Raúl González, maior artilheiro da história dos espanhóis, com 44 gols (mas poderá ser superado a qualquer momento por Villa, que também fez 44 gols), não esteve presente. A idade chegou para o novo atacante do Schalke 04, mas ele tinha bola pra jogar mais uma Copa. O corpo não deixou. Outros atacantes estão melhores que o “Raúl Madrid” (apelido que recebeu por jogar há 16 anos no Real Madrid) hoje. Veja David Villa, já citado, Fernando Torres e Pedro Rodríguez. Este último, grata surpresa na convocação. O menino joga demais, podem ver as atuações dele no Barcelona, que comprovam o que afirmo.
Uma seleção que sem dúvida foi premiada por sua belíssima geração, com atletas dispostos a escrever uma história na Copa do Mundo, caracterizada não pela técnica e pelo brilho, mas pelo pragmatismo e principalmente a marcação forte. Apesar dessas características não condizerem com o estilo espanhol de jogar, a excessiva falha nas finalizações fez a Espanha ser o pior ataque entre todos os campeões do mundo até agora: 8 gols.
Muitos bons jogadores que passaram pela seleção espanhola serão ofuscados com a taça da Copa. Onde fica Zubizarreta, maior recordista de jogos pela Fúria, com 126 jogos (mas poderá ser ultrapassado por Casillas), ou o zagueiro Fernando Hierro, que nos tempos de Real Madrid era eficiente na marcação e que também marcava gols, ou o atacante Fernando Morientes, até o momento quarto maior marcador de gols da Fúria? Serão nomes lembrados na memória do torcedor, mas que não ganharam uma Copa do Mundo.
Zubizarreta é o maior recordista de jogos pela Espanha. Crédito da foto: El Mundo
A conquista de uma Copa é o momento que consagra qualquer jogador profissional. Então, os 23 escolhidos por Vicente Del Bosque serão os eternizados pelo cidadão da Espanha. Mas talvez para a história do futebol, essa equipe não fique marcada como uma das melhores já vistas pela crítica. Houve seleções mais técnicas e vitoriosas, como o Brasil de 1970, ou a Itália de 1982, ou a Argentina de 1978, ou a Alemanha Ocidental de 1974. Mas de uma coisa concluo: o apelido Fúria finalmente faz jus à seleção espanhola. O respeito pelo time por parte dos adversários será bem maior.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Jabulani ou Jaburu?



Bom, um tema que está a tona nas vésperas do início da Copa do Mundo é a bola que será utilizada nela: A Jabulani. Mas o nível de aprovação do principal instrumento do futebol foi muito baixo. Simplesmente foi "malhada" pelos jogadores da seleção brasileira, que a chamaram de bola de supermecado, Jaburu e sobrenatural. Robinho chegou a dizer que a o criador dela não sabe o que é futebol. Chilenos, espanhóis e uruguaios também a criticaram.

Só falando rapidamente sobre a Jabulani, tem esse nome porque significa "celebrar" no idioma zulu. Ela tem apenas oito gomos em formato 3D e sua fabricante colocou onze cores, representando os onze jogadores de cada seleção, as onze tribos que formam a África do Sul e as onze línguas oficiais do país.

Mas será que é desculpa pra goleiros e atacantes o formato mais leve dela? Lembrando qe ela já foi utilizada no Mundial de Clubes do ano passado, nos Emirados Árabes. Na Copa de 2006, a bola oficial do Mundial também foi duramente criticada, e com o tempo, as críticas foram se amenizando.

Um teste para o Brasil da Jabulani foi feita hoje, na vitória por 3x0 contra o Zimbábue, em mais um amistoso caça-níquel da CBF. E ela sofreu...e muito! Mas também por outro lado teve seu ponto a favor na partida de hoje, quando Michel Bastos chutou ela à 138 km/h, e fez um golaço.

Em outros amistosos a mesma bola vem sendo muito mal-tratada, como por exemplo no 1x0 da Austrália na Dinamarca. O que nos resta é esperar e ouvir mais opiniões bizarras sobre esse assunto, que vai demorar a ter um final.

Só para terminar a coluna, hoje (quarta-feira, dia 2/7), começei a escrever matérias para o Blog da Copa do Mundo FIFA: http://blogdacopadomundofifa.blogspot.com/

Até a próxima!

sábado, 22 de maio de 2010

A Europa é da Inter


Crédito da foto: Agência Getty Images

Eram 45 anos sem título europeu. A última vez foi em 64/65, quando a Internazionale derrotou o Benfica, do craque Eusébio. O dia 22 de maio de 2010 entrou para a história dos nerazzurri, que levantaram a UEFA Champions League pela terceira vez. Uma equipe que com bril e com um poder de contra-ataque poderoso, foi crescendo durante o torneio, onde quase foi eliminado ainda na primeira fase, em um grupo com Barcelona, Rubin Kazan e Dynamo de Kiev.

A partida de hoje foi acompanhada pelo mundo inteiro e três tvs do Brasil transmitiram ao vivo. Um duelo cercado de expectativa em cima dos holandeses Robben e Sneijder, mas pouco foram eficientes. O nervosismo foi visível. O Bayern teve melhor iniciativa, mas aquele artifício que eu disse antes, o contra-ataque, foi quem apareceu mais uma vez na Inter, quando Milito fez 1x0.

A eficiência na defesa do clube italiano foi um fator determinante. Lúcio, renegado nos bávaros, fez uma temporada perfeita e na final não foi diferente, mostrando que ele era e muito útil na Alemanha. Júlio César nem se fala né? Impecável, um goleiraço, que tem cadeira cativa na meta, com defesas de outro planeta. Cambiasso realizou defensivamente um jogo de alto nível, o que fez muito gringo ter pensado: por que o Maradona não o chamou para a Copa? E ele: Diego Milito, que sim estará na África, foi decisivo e em dois contra-ataques deixou a defesa desnorteada e foi o principal nome em Madrid. Outro argentino, Javier Zanetti, depois de 15 anos dedicados aos nerazurri, está totalmente realizado na equipe. Pode até parar, que tem créditos. Mas tem bola ainda pra mais uns dois, três anos com certeza.

Um título que finalmente prova que a Internazionale é uma boa equipe e que também conquista a Europa. José Mourinho se despediu do comando do time (ao que tudo indica) por cima e com uma enorme estrela. Um treinador que sabe lidar com a pressão e na Inter, muitas vezes polêmico e contestado, calou a imprensa italiana.

Deixo aqui meus parabéns a Internazionale de Milano pela grande conquista da Champions e agora que venha o Mundial para os italianos!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O que será da Sociedade Esportiva Palmeiras nos próximos tempos?



Um time vencedor. Quatro títulos brasileiros, um da Libertadores e 22 paulistas. Um clube de história. Uma equipe que era temida pelos grandes times, inclusive pelo Santos, de Pelé. O Palmeiras de antigamente era avassalador, tinha respeito. Hoje ele não aspira mais essas qualidades citadas. Esse 2010 vem sendo um dos piores da história do Verdão, com a medíocre 11ª colocação do Campeonato Paulista e as sucessivas crises administrativas, tanto com a parceira Traffic, quanto ao seu próprio elenco.

O que passa pela cabeça do torcedor nessas horas? O Palmeiras não vence nenhum campeonato expressivo desde 1999, quando foi campeão da Libertadores em cima do América de Cali. É o único dos quatro grandes que não tem títulos nesta atual década. Corinthians, Santos e São Paulo recentemente foram cmpeões brasileiros...e o Verdão? O amante pelo Palmeiras deve estar começando a desacreditar de vez no time, já que a presidência atual, que tinha tudo pra ser uma das melhores da história do clube, está fazendo besteira atrás de outra, onde qualquer "intriguinha" é motivo de demissão. E o elenco vem se desfacelando a cada dia.


Crédito da foto: César Greco / Foto Arena/ Gazeta Press

Dizem em trazer Felipão, que tem crédito com a nação palmeirense, por seu estilo pulso firme e vencedor na própria equipe. Mas não acho a melhor opção, porque o Palmeiras já trouxe Luxemburgo e Muricy Ramalho (nomes consagrados e que não deram certo), além do novato Antonio Carlos Zago, que precisa de muita experiência ainda pra ser técnico de ponta. Ou seja, Scolari teria uma chance enorme de queimar seu nome tão vencedor no futebol. O que será da Sociedade Esportiva Palmeiras nos próximos tempos? De protagonista a coadjuvante? Parece que, infelizmente para o futebol brasileiro, sim...